quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dissertação - 2º Ano

Inicialmente, vimos que a dissertação deve contemplar dois aspectos:

1- Exposição do ponto de vista. É aqui que se apresenta a visão de mundo do autor.

2- Defesa do ponto de vista. Neste ponto, é preciso que se procure convercer os leitores do ponto de vista adotado.

A estrutura ortodoxa da dissertação se apresenta da seguinte maneira:

Introdução - É nela que o ponto de vista é exposto/adotado.

Desenvolvimento - Nele se apresentam os argumentos que sustentam o ponto de vista adotado. Para que fique mellhor organizado, coloque um argumento por parágrafo.

Conclusão - Aqui cabem as considerações finais, a síntese dos pontos centrais do texto, ou ainda propostas de atuação real, que visem a solução do problema discutido.


Dois aspectos são fundamentais para um bom texto:

Coesão - Capacidade de interligar as informações presentes num texto. Lembre-se de que o texto deve manter uma sequência lógica, não informações soltas.

Coerência - Um texto deve seguir normas internas e acordos internos. Externamente, deve estar de acordo com o tema proposto e demais exigências (ter título, ser feito em prosa, por exemplo). Internamente, é importante que não se traia, isto é, que mantenha um mesmo ponto de vista do começo ao fim.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

3º Ano - Texto de apoio

Segue um texto que pode servir de suporte à produção da última aula.

Do livro Para uma menina com uma flor, de Vinicius de Moraes, 1965.


Amigos meus

Ah, meus amigos, não vos deixeis morrer assim... O ano que passou levou tantos de vós e agora os que restam se puseram mais tristes; deixam-se, por vezes, pensativos, os olhos perdidos em ontem, lembrando os ingratos, os ecos de sua passagem; lembrando que irão morrer também e cometer a mesma ingratidão.
Ide ver vossos clínicos, vossos analistas, vossos macumbeiros, e tomai sol, tomai vento, tomai tento, amigos meus! – porque a Velha andou solta este último Bissexto e daqui a quatro anos sobrevirá mais um no Tempo e alguns dentre vós – eu próprio, quem sabe? – de tanto pensar na Última Viagem já estarão preparando os biscoitos para ela.
Eu me havia prometido não entrar este ano em curso – quando se comemora o 19640 aniversário de um judeu que acreditava na Igualdade e na justiça – de humor macabro ou ânimo pessimista. Anda tão coriácea esta República, tão difícil a vida, tão caros os gêneros, tão barato o amor que – pombas! – não há de ser a mim que hão de chamar ave de agouro. Eu creio, malgrado tudo, na vida generosa que está por aí; creio no amor e na amizade; nas mulheres em geral e na minha em particular; nas árvores ao sol e no canto da juriti; no uísque legítimo e na eficácia da aspirina contra os resfriados comuns. Sou um crente – e por que não o ser? A fé desentope as artérias; a descrença é que dá câncer.
Pelo bem que me quereis, amigos meus, não vos deixeis morrer. Comprai vossas varas, vossos anzóis, vossos molinetes, e andai à Barra em vossos fuscas a pescar, a pescar, amigos meus! – que se for para engodar a isca da morte, eu vos perdoarei de estardes matando peixinhos que não vos fizeram mal algum. Muni-vos também de bons cajados e perlustrai montanhas, parando para observar os gordos besouros a sugar o mel das flores inocentes, que desmaiam de prazer e logo renascem mais vivas, relubrificadas pela seiva da terra. Parai diante dos Véus-de-Noiva que se despencam virginais, dos altos rios, e ride ao vos sentirdes borrifados pelas brancas águas iluminadas pelo sol da serra. Respirai fundo, três vezes o cheiro dos eucaliptos, a exsudar saúde, e depois ponde-vos a andar, para frente e para cima, até vos sentirdes levemente taquicárdicos. Tomai então uma ducha fria e almoçai boa comida roceira, bem calçada por pirão de milho. O milho era o sustentáculo das civilizações índias do Pacífico, e possuía status divino, não vos esqueçais! Não abuseis da carne de porco, nem dos ovos, nem das frituras, nem das massas. Mantende, se tiverdes mais de cinqüenta anos, uma dieta relativa durante a semana a fim de que vos possais esbaldar nos domingos com aveludadas e opulentas feijoadas e moquecas, rabadas, cozidos, peixadas à moda, vatapás e quantos. Fazei de seis em seis meses um check-up para ver como andam vossas artérias, vosso coração, vosso figado.
E amai, amigos meus! Amai em tempo integral, nunca sacrificando ao exercício de outros deveres, este, sagrado, do amor. Amai e bebei uísque. Não digo que bebais em quantidades federais, mas quatro, cinco uísques por dia nunca fizeram mal a ninguém. Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.
Mas sobretudo não morrais, amigos meus!

terça-feira, 27 de abril de 2010

1º Ano - Advérbios

Os advérbios são termos modificadores por natureza. Estão geralmente associados ao verbo, mas também podem caracterizar o adjetivo, outro advérbio e mesmo toda a sentença.


Advérbio modificando verbo

Nós não fazemos nada sem a permissão do professor. - Perceba que o termo 'não' está negando a ideia colocada pelo verbo fazer: ao invés de executar a ação, o que se dá é a não execução.


Advérbio modificando adjetivo

O professor de Gramática é muito simpático. - Aqui, temos o termo 'muito' intensificando o adjetivo 'simpático', isto é, ampliando seu significado.


Advérbio modificando outro advérbio

Meu professor, que é gago, lê muito mal. - Veja que o verbo 'lê' está sendo modificado pelo advérbio 'mal', indicando o modo como o professor executa a habilidade de ler. Por sua vez, o termo 'muito' amplia o significado de 'mal'.


Advérbio modificando toda a sentença

Lamentavelmente, os alunos ficaram de recuperação. - O advérbio, neste caso, é aplicado a toda a sentença, isto é, garante uma ideia de modo a todo o enunciado.



Tipos de advérbio


Essas palavras podem apresentar diversos sentidos, entre eles:

Modo - demoradamente; bem; mal; melhor; pior.

Tempo - hoje; ontem; amanhã; breve; imediatamente.

Intensidade - muito; pouco; menos; mais; bastante.

Negação - não; nunca; nem; jamais.

Afirmação - sim; sempre; realmente.

Lugar - aqui; lá; longe; abaixo.

terça-feira, 13 de abril de 2010

9º Ano - Tipos de discurso

Em uma narração, as falas de um personagem podem aparecer de três maneiras:

Discurso direto: quando temos a fala de maneira explícita, introduzida por sinais de pontuação adequados.

ex.: E Deus disse: - Faça-se a luz! - Aqui, temos o narrador dando espaço ao personagem 'Deus' para que exponha sua fala.

Discurso indireto: ocorre quando o narrador coloca, com suas palavras, aquilo que teria sido dito pelo personagem.

ex.: E Deus disse que a luz deveria ser feita. - Aqui, vemos o narrador falando pelo personagem. O discurso indireto é caracterizado pelo uso de verbos de elocução, isto é, verbos que introduzem uma fala (falou, disse, perguntou, argumentou e outros similares) e por conjunções, geralmente o 'que'.

É importante colocar que em o discurso direto é marcado pelo tempo presente, enquanto o indireto utiliza o passado. Além disso, se o direto usa termos que aproximam os fatos, como 'aqui', 'agora', 'hoje'; o indireto vai usar do afastamento, com 'lá', 'naquele dia'.

Discurso indireto livre: é indentificado quando no texto não se pode dizer ao certo se a elocução é do narrador ou do personagem, ou seja, o que está sendo posto pode tanto ser de um quanto de outro.

ex.: Seguir por aquele caminho, era o que fazia o homem. Não voltar os olhos para trás, é preciso seguir. Sim, é preciso. E seguia.

Aqui, vemos que aquilo que está destacado, pode tanto ser referente ao narrador quanto ao homem que segue pelo caminho. Quado temos tal 'confusão', estamos diante do discurso indireto livre.

9º Ano - Frase, oração e período

Devemos estabelecer três definições, que certamente acabam por se relacionar:

Frase - É o conjunto de termos que estabeleça, dentro de um contexto, sentido. Não vê o verbo como obrigatoriedade.

ex.: Fogo! - Esta palavra, quando aplicada a um contexto, pode apresentar diversos sentidos, tornado-se, assim, uma frase.

"Após a devida preparação do prisineiro, ouviu-se apenas a voz do capitão:

- Fogo!"

Oração - Sua exigência fundamental é a existência de verbo, assim, para cada verbo ou locução verbal teremos uma oração. Pode ou não consituir uma frase, isto é, possuir sentido completo.

ex.: O menino não se importava com as críticas. - Oração com sentido completo.

ex.: O menino disse / que não ficaria mais na casa. - Perceba que a primeira oração, se vista separadamente, não possui sentido completo, exige a segunda. Dessa forma, ainda que seja oração, não é uma frase.

Período - Pode ser formado por uma ou mais orações.

Período Simples - Formado por uma oração: Os alunos são muito estudiosos.

Período Composto - Formado por mais de uma oração: Os alunos disseram / que são estudiosos, / vão bem na prova / e não ficarão de recuperação.

Veja que as orações em seu interior são separadas nas vírgulas ou nas conjunções.

1º Ano - Determinantes

Algumas classes de palavras têm a função de modificar o substantivo, são os chamados Determinantes - possuem este nome pois determinam, isto é, especificam informações sobre os substantivos. Vejamos o exemplo:

O excelente professor mudou a vida daqueles três alunos.

Temos os substantivos 'professor', 'vida' e 'alunos', que, por sua vez, sofrem caracterizações impostas por artigos ('o' e 'a'), adjetivos ('excelente'), numerais ('três') e pronomes adjetivos ('daqueles'). Vamos a cada um dos casos.


Artigo


Temos um primeiro aspecto, que diz respeito ao grau de intimidade com aquilo que é designado.
Quando desconhecemos ou pouco conhecemos o ser representado pelo substantivo, utilizamos o artigo indefinido:

ex.: Um menino anda pela rua.

O que não acontece quando nos referimos a seres já conhecidos:

ex.: O Rodrigo faltou porque está doente.


Os artigos aparecem em pequeno número, mas têm uma significativa importância no sentido de um texto.

Conheci um cara bom em Gramática.

Conheci o cara em Gramática.

Veja que com a substituição do artigo indefinido pelo definido, mudamos radicalmente o sentido do que é posto: o 'cara' da primeira oração não é tão bom quanto o da segunda, já que o artigo definido garante uma ideia de importância, que não é dada pelo indefinido.


Adjetivo

O adjetivo é mais clássico modificador do substantivo, sendo essa a sua única função. É importante considerar que a posição do adjetivo diante do substantivo também influi na intensidade do modificador em questão.

ex.: As belas garotas não se interessam por nós.

As garotas belas não se interessam por nós.

Observe que a anteposição do adjetivo garante um maior destaque a ele na primeira frase.


Numeral

Dividem-se em dois grupos, os ordinais e os cardinais.
Numerais ordinais garantem uma ideia de ordem: primeiro, segundo, terceiro.
Numerais cardinais sugerem quantidade: um, dois, três, meio.

Como são números, tendem a passar um sentido de impessoalidade, visando apenas a informação concreta.


Pronomes Adjetivos

Os pronomes podem se apresentar de duas maneiras:

Pronomes Substantivos - ocupam o lugar de um substantivo, valendo por um.

ex: Este é melhor que aquele. - tanto o pronome "este" quanto o "aquele" estão ocupando o lugar de substantivos.

Pronomes Adjetivos - associam-se a um substantivo, caracterizando-o, assumindo função de um adjetivo.

ex: Este livro é muito bom - perceba que não é qualquer livro, mas "este" de que falo.

Importante: Apenas os Pronomes Adjetivos fazem parte do grupo dos Determinantes, pois apenas eles modificam um substantivo!!!

1º Ano - Substantivo e Verbo

No que se refere ao substantivo, cabe colocar, inicialmente, os seguintes aspectos:

1- No campo semântico, isto é, do sentido, dá nome às coisas e aos seres, reais ou imaginários.
Por exemplo, a palavra 'casa' dá nome ao lugar onde se vive.

2- Em sua morfologia - capacidade da palavra se adaptar a diferentes contextos -, varia em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Tomemos como exemplo a palavra 'menino', que possui o feminino 'menina' e o plural 'meninos' - veja, trata-se da mesma palavra, mas que sofre adaptações para dar conta dos contextos nos quais pode se inserir.

3- No âmbito sintático - que dá conta das funções que um termo pode assumir em um discurso -, o substantivo ocupa, majoritariamente, as funções de núcleo do sujeito e do objeto em uma oração.

Ex: Os alunos farão uma boa prova. - Vemos 'alunos' como núcleo do sujeito e 'prova' como núcleo do objeto.


Temos, dentro do grupo dos substantivos, subclassificações. São elas:

Substantivos próprios: designa um representante de uma espécie - Maranhão, Brasil, Jesus.

Substantivos comuns: nomes que designam os seres de uma espécie de forma generalizada - estado, país, homem.

Concretos: nomeia seres de existência independente, reais ou imaginários - rua, garoto, saci.

Abstratos: nomeia atributos que se referem aos seres, isto é, coisas que para existir, precisam estar associadas a um ser - carinho, ingenuidade, amor, dor.

Coletivos: Nomeiam agrupamentos de seres de uma mesma espécie - cáfila (agrupamento de camelos), cardume (agrupamento de peixes).


Sobre verbos, cabe colocar:

1- Em seu aspecto semântico, dá conta de ações, estados e processos.
2- Morfologicamente, apresenta variações de tempo (passado, presente e futuro), de modo (indicativo, imperativo e subjuntivo), de pessoa (1ª, 2ª e 3ª) e de número (singular/plural).
3- Sintaticamente, funciona como termo mais importante (núcleo) da oração.